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Lendo Elisa Lucinda falar sobre o morrer para nascer denovo em 'No elevador do filho de Deus', me questionei: Quantos funerais de mim mesma ainda terei de organizar?.
Funerais de sí são como ciclos mestruais atrasados. Te fazem suar frio... Tremer nas bases... Alterar planos mentalmente... Comprar teste de farmácia para depois ver o sangue escorrer na hora de colher a urina
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É como acordar tarde, esticar primorosamente o lençol sobre a cama para cair sobre a mesma após o almoço.
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É como acordar tarde, esticar primorosamente o lençol sobre a cama para cair sobre a mesma após o almoço.
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É preciso muito mais que morrer para renascer. É preciso parir!
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Durante nove meses ficar sentindo as mudanças... As alterações no corpo, na cabeça, a sensibilidade a flor da pele, a reformulação de planos sentida a cada chute no ventre, o medo, o pânico, o enjôo a tudo que sempre foi excesso; para depois de nove meses parir! Sair do casulo dando a luz a um novo ser.
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Todas se sentem mais mulheres após dar a luz. Ficam mais bonitas... Mais vistosas... Mais iluminadas... Mais donas de sí. Finalmente aprendem o que é amor incondicional por alguém.
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A partir daí tudo fica mais simples... Mais fácil... Mais leve. As medidas ganham seus reais pesos e valores. Nada a mais nem a menos.
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Não ouse discutir, uma vez que o sexo dito frágil adquiriu pelo menos dez quilos no decorrer da gravidez. Peso esse que fez seus pés incharem, trouxe dores nas pernas e nas costas.
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Parir é renascer sem a necessidade de ensaiar falsos funerais de si. É estado de graça!
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